quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Origens de Exu - parte 1: a definição de orixá

A partir de hoje damos início a uma série de postagens a respeito das origens de Exu com base na investigação de Pierre Verger, apresentada no livro Orixás - Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo.

Bastão de madeira para ritual de Exu. Nigéria, século XIX.
Acervo do Brooklyn Museum.

Léo Frabenius é o primeiro a declarar, em 1910, que a religião dos iorubás tal como se apresenta atualmente só gradativamente tornou-se homogênea. Sua uniformidade é o resultado de adaptações e  amálgamas progressivos de crenças vindas de várias direções. Atualmente, setenta anos depois, ainda não há, em todos os pontos do território chamado Iorubá, um panteão dos orixás bem hierarquizado, único e idêntico.
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O orixá é uma força pura, àe imaterial que só se torna perceptível aos seres humanos incorporando-se em um deles.
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Voltando assim, momentaneamente, a terra, entre seus descentes, durante as cerimônias de evocação, os orixás dançam diante deles e com eles, recebem seus cumprimentos, “ouvem as suas queixas, aconselham, concedem graças, resolvem as suas desavenças e dão remédios para as suas dores e consolo para os seus infortúnios. O mundo celeste não está distante, nem superior, e o crente podem conversar diretamente com os deuses e aproveitar da sua benevolência”.
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Na África, cada orixá estava ligado originalmente a uma cidade ou a um país inteiro. Tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais, Sàngó em Oyó, Yemoja na região de Egbá, Iyewa em Egbado, Ògùn em Ekiti e Ondô, Òun em Ijexá e Ijebu, Erinlé em Ilobu, Lógunède em Ilexá, Otin em Inixá, Òàálà-Obàtálá em Ifé, subdivididos em Òàlúfon em Ifan e Òàgiyan em Ejigbô...

Trechos retirados do livro Orixás - Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo, de Pierre Fatumbi Verger. Salvador: Corrupio, 1981.


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